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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PRIMAVERA - Aqui tem cultura...

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Primavera
Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega. Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes,
— e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa,
como os palácios de Jeipur.
Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação.
Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega.
É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim.
Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu.
E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul.
Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos:
lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos;
e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra.
Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume.
E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento,
— por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade.
Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Matemática - Muita cultura!!


Malba Tahan
Malba Tahan é o pseudônimo de Júlio César de Mello e Souza, nascido em 06/05/1895 no Rio de Janeiro, viveu em Queluz e morreu no Recife em 17/05/1974. Professor Emérito da Faculdade Nacional de Arquitetura, do Instituto de Educação do Distrito Federal e docente por concurso do Colégio D. Pedro II.

Projeto de Lei institui o Dia Nacional da Matemática

Artigo 1o: Fica institutído o Dia Nacional da Matemática, a ser comemorado anualmente em todo território nacional no dia 6 de maio,data de nascimento do matemático, educador e escritor Malba Tahan.

Artigo 2o: O Poder Executivo, por meio dos Ministérios da Educação e da Cultura, incentivará a promoção de atividades educativas e culturais alusivas à data.
Artigo 3o:Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Este é o Projeto de Lei 3482-2004.

Aprovado por unanimidade pela Comissão de Educação e Cultura, encontra-se, desde 2008, na Comissão de Constituição e Justiça para homologação final.Enquanto isso,o mundo gira e o dia 6 de maio é celebrado anualmente em todo país!

Cultura Popular...


Cultura Popular

É a cultura que ensina o homem a escolher,

construir e criar a própria vida, em vez de a suportar.
Sophia de Melo Andres

Quando se trata de definir cultura popular, algumas dificuldades são previsíveis.
Cultura, num sentido lato, é tudo que o homem é capaz de criar, atributo constitutivo de indivíduos, grupos, povos, épocas, lugares. No entanto, não é raro se ouvir comentários do tipo “essa gente não tem cultura”, notadamente quando o assunto diz respeito às camadas mais pobres das sociedades. Pode-se deduzir, assim, que se confunde cultura com instrução formal, acesso ao saber institucionalizado, experiência acadêmica.
Pode-se, ainda, reconhecer uma certa dificuldade em atribuir a bens simbólicos a designação de cultura. As construções, os objetos constituem marcas palpáveis da existência ou da passagem de civilizações sobre a terra e tendem a ser assim reconhecidos de forma universal. No entanto, também as crenças, os mitos, as histórias constituem manifestações eloqüentes de civilizações, são patrimônio imaterial da humanidade.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Contadora de História - Isto é cultura...

BIA BEDRAN
A oficina "A arte de cantar e contar histórias" que a cantora, compositora atriz e educadora, Bia Bedran, promove no Teatro Pró-Música aborda técnicas sobre a arte de ensinar as crianças de uma forma diferente: cantando e contando histórias do folclore brasileiro e de autores envolvidos com arte, educação e linguagem musical.
O trabalho é voltado para arte-educadores, professores, estudantes da área de educação, recreadores, contadores de histórias, entre outros profissionais interessados e envolve dinâmicas, jogos, expressão corporal e expressão vocal por meio de leitura, canto e contador de histórias. O objetivo é incentivar a criação de um repertório criativo de contos populares, crônicas, poemas, contos autorias, brinquedos cantados e canções folclóricas brasileiras. Além disso, pretende oferecer ao educador a possibilidade de utilização de literatura infantil em repertórios musicais para o seu dia-a-dia na sala de aula.